Escores prognósticos
Entenda como usar

Escores prognósticos são sistemas de pontuação desenvolvidos para quantificar a gravidade de uma doença, prever as probabilidades de desfecho e auxiliar no direcionamento das intervenções terapêuticas. Estes sistemas podem ser específicos para uma determinada condição clínica, como por exemplo a NIHSS - National Institute of Health Stroke Scale, utilizada para avaliar dinamicamente a intensidade de déficit neurológico durante a evolução do AVC isquêmico e auxiliar a decisão para uso de trombolítico, e o MELD - Model for End Stage Liver Disease, uma das variáveis utilizadas para indicação de transplante hepático. Ou podem ser mais genéricos, sendo estes mais adequados para condições clínicas heterogêneas como as que ocorrem na maioria das UTIs.
Atualmente, são utilizadas duas principais categorias de sistemas de escore, os de disfunção orgânica, como por exemplo o SOFA (Sequential Organ Failure Assessment), que fornece uma avaliação objetiva da extensão e da gravidade da disfunção dos órgãos, e os modelos prognósticos de gravidade da doença, que utilizam dados fisiológicos, comorbidades prévias e informações relativas à doença atual para prever a probabilidade de óbito. Os principais são o Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE), o Simplified Acute Physiology Score (SAPS) e o Mortality Probability Model (MPM). No Brasil, o SAPS 3 é o escore recomendado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) desde 2009.
Em uma parceria entre a AMIB e a empresa Epimed Solutions, especializada em soluções para gestão de informações clínicas e epidemiológicas, foi criado o projeto UTIs Brasileiras, que tem como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico das UTIs brasileiras e compartilhar informações que possam ser úteis para orientar políticas de saúde e estratégias para melhorar o cuidado dos pacientes críticos no Brasil.
E qual a importância da utilização dos escores prognósticos? Para uma unidade tão específica, que cuida de pacientes complexos com custos elevados, a gestão de dados é fundamental para direcionar decisões. Alguns exemplos são:
- Comparar a qualidade do cuidado fornecido por diferentes UTIs e hospitais (Benchmarking);
- Dentro da mesma organização, podem ser feitas comparações entre o cuidado fornecido por diferentes UTIs, assim como o desempenho de uma mesma UTI ao longo do tempo pode ser avaliado para enfatizar as alterações na qualidade do cuidado;
- Os sistemas prognósticos podem funcionar como ferramentas para avaliar o impacto de novas opções terapêuticas ou modificações organizacionais, como parte de iniciativas de melhoria da qualidade;
- Os dados de desempenho podem facilitar o processo de acreditação por agências especializadas;
- Quando se considera o ponto de vista de recursos, esses sistemas podem ajudar a identificar um histórico de pacientes de UTI com baixo risco de mortalidade que poderiam ser cuidados em ambiente diferente da UTI, como uma unidade de cuidados semi-intensivos ou intermediária;
- Podem auxiliar nas discussões sobre tomadas de decisão referentes à limitação de suporte terapêutico e cuidados de final de vida.
Quer conhecer mais sobre a aplicação dos escores prognósticos, sua utilização na avaliação de desempenho da UTI, sua aplicabilidade para definir tratamentos e decidir a admissão na UTI e até mesmo seu uso na pesquisa clínica?
Acompanhe a série Epimed Update: Revisando os escores prognósticos disponível nos links a seguir:
O que são os escores prognósticos para UTIs: Evolução histórica
Usando os escores prognósticos para a avaliação de desempenho das UTIs
Escores prognósticos para avaliação de gravidade
Escores prognósticos para orientar tratamentos e internação na UTI
O uso de escores prognósticos para a pesquisa clínica









