Alta rotatividade na sua equipe? Saiba como resolver

Para garantir o bom atendimento aos seus pacientes é fundamental ter uma boa equipe clínica. Não é nada fácil encontrar esses profissionais, não é verdade? E quando esses profissionais resolvem pedir demissão, as coisas podem começar a sair do controle. A alta taxa de rotatividade pode acontecer por diversos motivos. Neste artigo você conhecerá alguns dos impactos da alta rotatividade, os motivos para que ela aconteça e como resolver esse problema.
Turnover e a improdutividade brasileira
Turnover é um termo técnico utilizado para designar a rotatividade de funcionários de uma empresa. É esse indicador que deve ser observado para avaliar se a sua empresa está ou não com altas taxas de rotatividade. Esse indicador é composto pela taxa média de funcionários saindo da empresa em um determinado período comparado com a média de funcionários da empresa nesse mesmo período.
O relatório do Gaet (Grupo de Altos Estudos do Trabalho) publicado em novembro de 2021, traz alguns dados interessantes sobre esse assunto. O primeiro dado a se destacar é o de que o Brasil, em relação a outros países, é menos produtivo.

No gráfico acima, avaliou-se a razão entre o PIB e o número de trabalhadores ocupados em 2017. Segundo dados da Penn World Table, instituição que fez o levantamento, o Brasil registrou 28 mil dólares por ano. O montante foi considerado normal para países em desenvolvimento como o Brasil. Para se ter uma ideia, o montante registrado pelos Estados Unidos, nesse mesmo período, foi de quase 120 mil dólares. Ainda assim, quando comparado com outros países da América do Sul, como a Argentina que registrou quase 40 mil dólares, o Brasil se mostra improdutivo. Aqui, esse termo: improdutividade, diz respeito à quantidade de trabalhadores ocupados. Ou seja, quanto maior o montante em dólares, maior é a taxa de trabalhadores ocupados; por isso, o Brasil pode ser considerado pouco produtivo pela baixa taxa de ocupação impactar na produção de riqueza do país.
Ainda segundo o GAET, o país registrou uma taxa de desligamentos de 56% em 2015, em queda desde 2013 em que se registrou 63%. Desses 56%, 40% se devem à rotatividade, situação em que a empresa registra proporções equivalentes de desligamentos e contratações. Outro órgão bastante relevante nesta matéria é o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) que, através de um estudo publicado em 2017, constatou que a taxa de desligamentos a pedido - quando o trabalhador pede desligamento da empresa em busca de melhores oportunidades de emprego - atingiu a marca de quase 5 milhões de desligamentos em 2015. Assim, por motivos que podem ser controversos e polêmicos para várias esferas da sociedade, existe no Brasil um ambiente que favorece a não permanência de funcionários em uma mesma empresa por um longo período de tempo. Isto, como trataremos melhor a seguir, tem muitos impactos.
Os impactos das altas taxas de rotatividade
Quando se pensa nos impactos de taxas altas de rotatividade em uma empresa, o primeiro que pode vir à mente referem-se aos impactos financeiros. Um alto valor foi investido para a contratação deste funcionário e outro valor, igualmente alto, a depender da forma de contrato, é gasto com a respectiva rescisão. Ainda será preciso investir um outro montante para a contratação e treinamento do novo funcionário. Mas estes não são os únicos impactos provenientes das taxas altas de rotatividade. Será necessário, por exemplo, o apoio de outros membros da equipe para suprir a lacuna deixada por esse que foi desligado, enquanto o novato se adequa à cultura e à rotina da empresa. No caso específico de empresas de saúde, pode haver uma certa resistência dos pacientes para serem atendidos por essa nova pessoa; todo o esquema de plantão deverá ser modificado por causa desse desfalque. O funcionário recém-chegado também precisará de um tempo para entrar em sintonia com o restante da equipe. Esse e muitos outros fatores impactam diretamente no desempenho e, consequentemente, na velocidade de crescimento da empresa.
Entenda os principais motivos
Os motivos que levam uma pessoa a sair de uma empresa podem ser os mais diversos, mas, como o próprio estudo da DIEESE já nos adianta, remuneração não é o único fator. Condições melhores de trabalho também são grandes motivadores. Empresas desorganizadas, que propiciem ambientes de alta competitividade ou que não reconheçam as contribuições de seus colaboradores podem ser consideradas como empresas com condições de trabalho ruins. Falando especificamente da área da saúde, muitos membros do corpo clínico podem resolver sair para abrirem o próprio negócio. Quer ver mais alguns dos motivos que levam o corpo clínico a se desligar da empresa?
Baixe nosso infográfico para saber mais.
Como resolver
Agora que já entendemos um pouco mais sobre rotatividade, chegou a hora de traçarmos algumas estratégias para resolver o problema da alta rotatividade na sua empresa.
Segundo a SHRM (Society for Human Resource Management), os esforços de retenção começam no dia 1. Por isso é muito importante receber bem o novo contratado. É importante que o novo colaborador conheça o que torna a sua empresa única; como exatamente o trabalho dele pode ajudar a empresa atingir os seus objetivos e ainda qual é a missão e os valores da empresa. No texto, segundo especialistas, “criando melhores experiências na fase de
onboarding, as empresas podem construir conexões emocionais muito mais cedo na jornada do novo empregado”.
“Conexão” é a palavra-chave, afinal, esse contrato que acabou de ser firmado é importante para ambas as partes, empresa e colaboradores lutam pelo mesmo objetivo de prosperidade. A profissão que escolhemos também é parte de nossa identidade, por isso, as pessoas almejam fazer parte de algo que lhes dê propósito e no qual possam contribuir relevantemente para o resultado final. Descreva claramente o que se espera dele e como ele será avaliado. Como as experiências anteriores, os conhecimentos e valores desse novo funcionário estão alinhados e podem ajudar a sua empresa crescer? Contratações cujos valores e objetivos estejam alinhados com os da empresa resultam em maior produtividade e fidelidade.
É também uma boa prática que os gestores desenhem, junto ao colaborador, um esboço do caminho que ele poderá seguir para crescer e avançar na sua carreira. Falta de clareza sobre os caminhos para o seu crescimento é um dos principais fatores que levam uma pessoa a abandonar um emprego.
Fatores que influenciam na retenção de talentos é um tema extremamente amplo e complexo. Se esse texto te ajudou, não esqueça de compartilhá-lo para ajudar mais pessoas. Fique a vontade para deixar suas dúvidas e opinião nos comentários.









