Abril Verde
Campanha de Prevenção de Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais

No dia 28 de abril de 2003 a OIT (Organização Internacional do Trabalho) criou a campanha de conscientização sobre a prevenção dos Acidentes do Trabalho, em homenagem às vítimas do acidente que deixou 78 mortos nos Estados Unidos em 1969.
No Brasil a campanha foi iniciada em 2005, a data nos faz resgatar os dados alarmantes sobre a falta de saúde e segurança no ambiente de trabalho em todo o país.
Analisando os dados de 2002 a 2020, país registrou taxa de 6 óbitos a cada 100 mil empregos formais, aponta relatório do Ministério Público do Trabalho e da Organização Internacional do Trabalho. O Brasil é 2º país do G20 em mortalidade por acidentes no trabalho
No mundo, um trabalhador morre por acidente de trabalho ou doença laboral a cada 15 segundos. De 2012 a 2020, 21.467 desses profissionais eram brasileiros — o que representa uma taxa de 6 óbitos a cada 100 mil empregos formais nesse período, aponta o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Entre os países do G20, o Brasil ocupa a segunda colocação em mortalidade no trabalho, apenas atrás do México (primeiro colocado), com 8 óbitos a cada 100 mil vínculos de emprego entre 2002 e 2020.
As menores taxas de mortalidade foram registradas no Japão (1,4 a cada 100 mil), Canadá (1,9 a cada 100 mil) e, entre os países da América do Sul, a Argentina (3,7 mortes a cada 100 mil trabalhadores). Em oito anos, foram registrados no Brasil 5,6 milhões de doenças e acidentes de trabalho, que geraram um gasto previdenciário que ultrapassa R$ 100 bilhões.
Apenas no ano passado, por conta da Covid-19, o total de auxílios-doença por transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade, chegou a 289 mil — um aumento de 30% em relação a 2019, quando foram registrados 224 mil. Estima-se que doenças e acidentes do trabalho produzam a perda de 4% do PIB global a cada ano. No caso do Brasil, esse percentual corresponde a aproximadamente R$ 300 bilhões, considerando o PIB de 2020.
Entre as atividades mais preocupantes dos últimos 2 anos estão nos registros de acidentes: são técnicos de enfermagem com aumento de 9%, faxineiros 5%, auxiliares de escritório 3%, vigilantes 3%, vendedores de comércio varejista 3% e alimentadores de linha de produção 3%.
"O setor de saúde sempre foi um dos que mais notificou os órgãos públicos sobre acidentes de trabalho", de acordo com o Ministério do Trabalho e emprego. Na avaliação do MTE, há setores que podem ter grande relevância em acidentes de trabalho, mas podem não ter divulgado os dados corretamente.
No setor industrial o histórico de 2012 a 2019, a maior parte dos acidentes foram ocasionados pela operação de máquinas e equipamentos sendo de 15% aumentando para 18%.
Na distribuição geográfica, São Paulo concentra 35% dos acidentes de trabalho notificados, seguido por Minas Gerais (11%) e Rio Grande do Sul (9%) — destacando a forte concentração de empregos principalmente na região Sudeste.
A área de serviços aparece com 55,69% e a indústria com 41,09%, excluídos os dados de atividade ignorada. Porém, se considerado o fato de que a Indústria representa apenas 25% dos trabalhadores registrados no país, significa que proporcionalmente este setor é onde se dá a maior incidência de acidentes de trabalho.
Apesar de alarmantes, esses índices ainda não apresentam de fato a dimensão do problema, pois há um elevado grau de subnotificação das informações, segundo afirmam os próprios órgãos governamentais. Isso significa que uma grande parte dos acidentes não é registrada através da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) e permanece invisível às estatísticas. Isso porque, para evitar aumento de tributações, as empresas se recusam a registrar os acidentes. No caso de pequenas e médias empresas estima-se que menos de 20% dos acidentes são notificados.
Além disso, os números oficiais não abrangem os trabalhadores informais (cerca de 50% dos ocupados no Brasil), os trabalhadores públicos de regime estatutário e os autônomos.
"Nenhum trabalho é tão urgente e nem tão importante, que não possa ser feito com segurança. "









