28/07: Conheça o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais

Os países integrantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), reunidos em 2016, assumiram o compromisso histórico de eliminar as hepatites virais até 2030. Desde 2016, muitos países cumpriram a meta global de 2020 de reduzir a incidência de hepatite B em crianças menores de 5 anos e o número de pessoas recebendo tratamento para hepatite C aumentou 10 vezes.
No entanto, a maioria dos países não conseguiu cumprir outras metas para 2020. O acesso oportuno à dose de hepatite B ao nascimento ainda é baixo em muitos países de baixa e média renda. Enquanto isso, a falta de conscientização, o compromisso político limitado, bem como o estigma e a discriminação continuam a impedir que as pessoas tenham acesso a testes e cuidados. Estima-se que 354 milhões de pessoas em todo o mundo ainda vivem com essas infecções com risco de vida e pelo menos uma pessoa morre de hepatite viral a cada 30 segundos. Isso representa mais de 1 milhão de mortes por ano – um número maior do que o do HIV e da malária combinados.
“A hepatite é uma das doenças mais devastadoras do mundo, mas também é uma das mais evitáveis e tratáveis, com serviços que podem ser prestados de forma fácil e barata no nível de atenção primária à saúde”, diz Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Muitas das razões pelas quais as pessoas perdem esses serviços são as mesmas razões pelas quais perdem serviços por outros desafios de saúde: acessibilidade, por causa de quem são, onde moram ou quanto ganham”.
Mais recentemente, cerca de 700 casos de hepatite súbita e inexplicável em crianças pequenas foram notificados em 33 países. Os sintomas desta hepatite surgem rapidamente, levando a uma alta proporção de crianças a desenvolver insuficiência hepática, com 38 pacientes necessitando de transplantes de fígado. Estas crianças (e adolescentes de até 17 anos) apresentam elevações acentuadas das enzimas hepáticas, além de dor no corpo, náuseas, vômitos, fraqueza, febre, dor abdominal, diarreia e icterícia. A causa desses casos de hepatite aguda grave permanece desconhecida e sob investigação ativa.
Até o início de junho 9 óbitos já haviam sido notificados pela OMS (Irlanda, Indonésia, México, Palestina e Estados Unidos). Curiosa ou coincidentemente, dos 83 casos notificados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, 73% não foram vacinados contra o SARS-Cov-2 (pois não tinha idade para isso) e a maioria tinha tido COVID-19 recentemente. Por outro lado, 59% dos casos apresentaram sorologia positiva para adenovírus, uma doença que até hoje não havia sido associada à hepatite e que é comum na infância. Está sendo investigado se o SARS-Cov-2 levaria a uma resposta imune exagerada ao adenovírus, o que desencadearia uma resposta inflamatória multissistêmica em crianças, culminando na hepatite aguda grave.
No Brasil, até meados do mês de junho, 142 casos suspeitos foram notificados, sete deles precisaram de transplante hepático e sete foram à óbito (Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo). Entretanto, a maioria ainda está sob investigação da causa da doença.
Os principais exames que devem ser realizados na suspeita de hepatite aguda em menores de 17 anos são para descartar todos os outros vírus que podem levar à necrose e inflamação aguda dos hepatócitos: Sorologias e/ou carga viral para Hepatites A, B, C, Delta e E; Dengue; Zika; Chikungunya; Febre Amarela; Epstein–Barr vírus; Citomegalovírus; SARS-CoV-2; Adenovírus e Norovírus.
De qualquer forma, os cuidados com a prevenção das doenças devem ser mantidos, especialmente em unidades de saúde. Lavar as mãos, usar máscaras em ambientes fechados ou com aglomeração de pessoas, não compartilhar objetos cortantes de uso pessoal (como alicate de unhas), utilizar apenas material descartável para aplicação de injeções, entre outros cuidados, devem prevalecer. A gestão das equipes de saúde deve ser atenta a esses cuidados para evitar a proliferação dessas doenças.
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